Na quarta-feira, 18 de setembro, explosões devastaram áreas dos subúrbios de Beirute e do Vale do Bekaa, no Líbano, causando a morte de 20 pessoas e ferindo mais de 450. A tragédia se somou a outro ataque ocorrido no dia anterior, que deixou 12 mortos, incluindo duas crianças, e quase 3.000 feridos. O incidente chocou a população e levantou questões sobre o uso de dispositivos de comunicação no ataque.
O Papel dos Walkie-Talkies
Relatórios indicam que walkie-talkies foram usados como parte das explosões. Esses dispositivos, que exibiam o logotipo da fabricante japonesa Icom, parecem ter sido fundamentais no ataque, que também envolveu outros equipamentos de comunicação. As explosões de quarta-feira teriam sido causadas por esses walkie-talkies, de acordo com fontes de segurança locais.
Icom e as Investigações
A Icom Inc, fabricante japonesa dos dispositivos de rádio bidirecionais, anunciou que está investigando o caso. Segundo a empresa, não é possível confirmar se os walkie-talkies que explodiram no Líbano foram fabricados ou enviados diretamente por eles. A Icom informou ainda que os modelos em questão, identificados como IC-V82, foram descontinuados há cerca de 10 anos.
Modelo Fora de Linha
O Ministério das Comunicações do Líbano confirmou que os walkie-talkies usados nas explosões eram de um modelo que não é mais fabricado pela Icom. Esse detalhe levanta dúvidas sobre a origem e o estado dos dispositivos no momento do incidente, uma vez que as baterias necessárias para operar esses aparelhos também foram descontinuadas.
Requisitos Rigorosos de Exportação
A Icom enfatizou que seus produtos, ao serem exportados para fora do Japão, passam por rigorosos processos regulatórios, definidos pelo governo japonês. Esses processos garantem a segurança dos dispositivos, o que faz com que a empresa questione se os equipamentos envolvidos nas explosões realmente saíram de suas fábricas, ou se sofreram algum tipo de modificação após sua descontinuação.
A Conexão com Israel
Segundo informações divulgadas pela CNN, o ataque pode ter envolvimento de Israel. Fontes de segurança locais afirmaram que as explosões de quarta-feira foram causadas por walkie-talkies, enquanto o ataque de terça-feira envolveu pagers. Esses dispositivos, menos comuns, foram distribuídos entre organizadores de eventos, como funerais e marchas, apontando para um possível alvo estratégico.
Explosões em Série
As explosões de quarta-feira foram uma continuação dos ataques de terça-feira, que já haviam ferido milhares de pessoas no Líbano. O uso de pagers e walkie-talkies como detonadores em ataques é incomum, mas os dispositivos foram estrategicamente distribuídos entre organizadores de multidões, o que amplia as suspeitas sobre o propósito dos ataques e seus responsáveis.
A Preocupação com a Segurança
A utilização de dispositivos de comunicação como walkie-talkies e pagers para fins destrutivos é alarmante e ressalta a necessidade de maior controle sobre a comercialização e distribuição desses equipamentos. A Icom, por sua vez, se comprometeu a cooperar com as investigações para entender como seus produtos, ou versões modificadas deles, foram usados nesse ataque.
A Tensão no Líbano
O Líbano enfrenta uma situação delicada, com ataques constantes que aumentam o clima de tensão no país. As explosões recentes adicionam um novo capítulo à série de conflitos que atingem a região, e as investigações sobre o uso de walkie-talkies no ataque podem trazer à tona novas revelações sobre as táticas empregadas.
O Futuro das Investigações
As investigações continuam, tanto por parte das autoridades libanesas quanto da Icom, para determinar as circunstâncias exatas em torno das explosões. O uso de walkie-talkies e outros dispositivos de comunicação como detonadores de explosivos é um ponto crucial nas investigações, que podem revelar novas conexões entre os ataques e seus possíveis responsáveis.
Resumo para quem está com pressa:
- Explosões no Líbano causam 20 mortes e deixam mais de 450 feridos.
- Walkie-talkies com o logotipo da Icom foram utilizados no ataque.
- A Icom investiga o incidente, mas afirma que os dispositivos estão fora de linha há 10 anos.
- Ministério das Comunicações do Líbano confirma que o modelo não é mais fabricado.
- A Icom destaca que seus produtos passam por rígidos processos de exportação.
- Ataques podem estar ligados a Israel, segundo fontes de segurança locais.