Aquecimento global trazendo patógenos de volta! Antigos patógenos preservados no permafrost do norte da Rússia por milênios podem ressurgir. Isto porque à medida que as temperaturas globais aumentam, alertam os cientistas, colocam a humanidade em risco de doenças nunca antes vistas.
Jean-Michel Claverie, um virologista e professor emérito da Escola de Medicina da Universidade Aix-Marseille, é um dos poucos cientistas do mundo que estudou “vírus zumbis” no permafrost siberiano. Ele alertou que eles podem estar presentes no solo congelado da Rússia em “um número e diversidade muito grandes”.
Em um estudo de 2022, Claverie, coautor, confirmou o potencial infeccioso de mais 13 vírus após viverem congelados no permafrost profundo por mais de 48.500 anos.
Embora algumas das doenças mais recentes em repouso no Ártico russo possam desencadear doenças conhecidas, como a varíola, cuja vacina eficaz existe há mais de dois séculos, os cientistas têm muito menos entendimento daquelas encontradas em camadas de permafrost mais profundas com mais de 50.000 anos, devido a limitações técnicas de alcançá-las. A maior ameaça, no entanto, pode residir muito mais profundamente na terra congelada.
Aquecimento global e os riscos existentes no permafrost
Os cientistas não podem prever quando esses vírus do permafrost podem ressurgir. O risco real, dizem eles, não vem apenas do degelo acelerado do permafrost em si, mas também da crescente facilidade de acesso ao Ártico.
Apesar dos alertas dos cientistas, a questão dos vírus zumbis não tem ampla discussão na Rússia. Como resultado, os riscos associados a esses vírus podem ser subestimados, levantando dúvidas sobre a necessidade de abandonar os assentamentos russos no Ártico.