Poderia ser o enredo de filmes como Não Olhe para Cima, Armageddon ou Impacto Profundo, mas desta vez a ameaça vem do mundo real e é respaldada por centros de pesquisa altamente confiáveis. O asteroide “2024 YR4”, recém-descoberto, tem uma chance de 2,2% de colidir com a Terra em 2032 — um percentual pequeno, mas suficiente para mobilizar as maiores potências globais. Diante do risco, ainda incerto, Estados Unidos e China já coordenam esforços para monitorar o objeto e traçar estratégias de defesa, transformando o que poderia ser apenas ficção científica em uma questão séria de segurança planetária.
As duas maiores potências globais, Estados Unidos e China, estão mobilizadas diante da possibilidade, ainda que remota, de um impacto do asteroide “2024 YR4” com a Terra em 2032. Com uma probabilidade de colisão estimada em 2,2%, o cenário já impulsiona investimentos e esforços coordenados das principais agências espaciais do mundo. A NASA, por meio do seu 5º Exercício de Mesa Interagências de Defesa Planetária, realizado em abril de 2024, e a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), que acaba de criar uma equipe dedicada à defesa planetária, demonstram que o risco, por menor que seja, é levado a sério nas esferas estratégicas das grandes potências.

Descoberto no final de dezembro de 2024 pelo Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí, o “2024 YR4” possui entre 40 e 100 metros de diâmetro, dimensões comparáveis às de um campo de futebol. Desde sua identificação, a trajetória do asteroide vem sendo recalculada, elevando as projeções de impacto de 1,2% para 2,2%. Para refinar esses dados, o telescópio espacial James Webb será utilizado para estimar com mais precisão seu tamanho e composição, fatores determinantes para a previsão de danos em caso de colisão. Se for de estrutura rochosa, como suspeitam os cientistas, pode apresentar similaridades com o asteroide de Tunguska, cuja explosão em 1908 devastou uma área de 2.000 km² na Sibéria.
A mobilização simultânea de EUA e China para monitoramento e planejamento de resposta reforça a crescente importância da defesa planetária na agenda geopolítica e tecnológica. O asteroide foi classificado com nível 3 na Escala de Torino, o que exige observação contínua e novos cálculos que podem alterar sua categorização de risco.
Caso sua rota seja confirmada como ameaçadora, soluções tecnológicas para desvio ou mitigação do impacto serão essenciais. Além das implicações científicas, o cenário também gera um campo de disputa estratégica entre as potências espaciais, que veem na defesa contra objetos próximos à Terra uma nova fronteira para liderança global em tecnologia e segurança.