Facebook e Meta enfrentam problemas na Austrália por uso não autorizado das fotos de usuários

Meta e Facebook enfrentram problemas na Austrália por causa da inteligência artificial e uso de fotos dos usuários

Meta e Facebook enfrentram problemas na Austrália por causa da inteligência artificial e uso de fotos dos usuários (Divulgação)

O Facebook admitiu ontem, durante uma audiência no Senado australiano, que está utilizando fotos públicas de usuários na Austrália para treinar seus modelos de inteligência artificial (IA). A empresa-mãe, Meta, esclareceu que as imagens usadas para esse propósito não incluem postagens marcadas como “privadas”, nem dados de usuários menores de 18 anos.

Usuários preocupados

Apesar dessa garantia, muitos usuários estão preocupados com a possibilidade de terem seus dados usados para um fim ao qual não consentiram expressamente. Como empresas como a Meta não são obrigadas a informar detalhadamente o que fazem com os dados coletados, resta confiar na palavra da companhia.

IA e uso das informações

Essa prática destaca uma questão crescente sobre privacidade e o uso de dados pessoais, principalmente quando envolvem treinamentos de IA, que são “famintos” por grandes volumes de informação. O vasto conteúdo disponível na internet oferece fácil acesso a dados, muitas vezes sem distinção entre obras protegidas por direitos autorais ou dados pessoais dos usuários.

Artistas preocupados

As preocupações com o uso indiscriminado desses dados vão além do que foi relatado no Facebook. Companhias de mídia já processaram empresas de IA, como a OpenAI, por usarem seus conteúdos sem autorização. Além disso, artistas que utilizam redes sociais, como o próprio Facebook e o Instagram, também estão preocupados com o uso indevido de suas criações, sem crédito ou compensação financeira.

IA cometendo enganos

Outro receio é que os modelos de IA podem gerar representações imprecisas e enganosas de indivíduos, como foi o caso de um prefeito na Austrália que considerou processar o ChatGPT por acusações falsas relacionadas a um escândalo de suborno estrangeiro. Esses modelos de IA não possuem a capacidade de verificar a veracidade das informações que geram, o que aumenta o risco de danos.

Enquanto isso, usuários em outros países têm mais proteção contra esse tipo de prática. Na União Europeia, por exemplo, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) oferece maior controle aos usuários, incluindo a opção de não permitir que seus dados sejam usados para treinar IA. A Meta foi recentemente obrigada a parar de usar dados de usuários europeus para esse propósito e oferecer uma opção de exclusão.

Infelizmente, os australianos não contam com a mesma proteção. Embora a audiência no Senado tenha aumentado as demandas por uma atualização das leis de privacidade no país, ainda não há uma legislação robusta que garanta o consentimento explícito para o uso de dados pessoais por empresas de IA.

Como os australianos podem proteger seus dados

No entanto, existem três ações que os usuários australianos podem adotar para proteger melhor seus dados: primeiro, garantir que suas postagens no Facebook estejam marcadas como “privadas”, o que impediria futuros casos de scraping, embora não reverta o uso de dados já coletados. Segundo, explorar novas abordagens para o consentimento no contexto da IA, como projetos que incentivam a curadoria de conteúdos livres de direitos autorais para treinar modelos de IA. E terceiro, pressionar o governo para criar legislações que exijam consentimento prévio das empresas ao coletar dados dos usuários.

Futuro da inteligência artificial e a privacidade do usuário

Essa situação reforça a necessidade de uma conversa mais ampla sobre os direitos do público em relação ao uso de seus dados por grandes empresas de tecnologia como a Meta. O futuro da IA deve ser pautado por práticas que respeitem a privacidade dos usuários e busquem consentimento de maneira clara e transparente.

Resumo para quem está com pressa:

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