O excêntrico magnata que inventou a sexta-feira 13

Thomas W. Lawson, o especulador do mercado financeiro que criou a superstição da sexta-feira 13

Thomas W. Lawson, o especulador do mercado financeiro que criou a superstição da sexta-feira 13 (Divlugação)

Você já ouviu falar do medo de sexta-feira 13? Essa superstição assombra muitas pessoas ao redor do mundo, e um dos principais responsáveis por fixar essa data como sinônimo de azar na cultura moderna foi Thomas W. Lawson, um financista americano do século 19. Embora a crença em torno da data seja muito mais antiga, foi o romance “Sexta-feira 13“, de Lawson, que consolidou essa superstição. No livro, ele conta a história de um corretor de Wall Street que manipula o mercado para arruinar seus inimigos, trazendo-lhes grande azar.

Antes mesmo de Lawson, a sexta-feira já era associada ao azar por ter sido o dia da crucificação de Jesus Cristo, de acordo com Steve Roud, autor especialista em superstições. Além disso, o número 13 também era temido, devido a lendas que surgiram no século 17, afirmando que 13 pessoas reunidas em um mesmo local traria má sorte. Esses dois elementos, a sexta-feira e o número 13, já causavam temor individualmente, mas foi o livro de Thomas W. Lawson que uniu os dois em uma poderosa superstição.

Bruxaria

A crença no azar relacionado ao número 13 também encontra suas raízes em histórias bíblicas e de bruxaria. O número de participantes na Última Ceia e a ideia de que clãs de bruxas possuíam 13 integrantes reforçaram a visão negativa desse número. A partir daí, a sexta-feira 13 passou a ser considerada uma data especialmente carregada de superstição.

Além da obra literária de Thomas W. Lawson, uma história curiosa alimentou ainda mais o medo em torno da sexta-feira 13. Diz-se que um enorme navio chamado “Thomas W. Lawson”, de propriedade do próprio financista, afundou em uma sexta-feira 13 de dezembro de 1907. Embora o naufrágio tenha ocorrido oficialmente no sábado, em Boston, onde Lawson morava, ainda era sexta-feira 13, aumentando o temor em relação à data.

Naufrágio

Esse naufrágio foi mais do que um simples acidente. O navio, o maior veleiro sem propulsão mecânica já construído, carregava 60 mil barris de óleo leve quando afundou, causando um dos primeiros desastres ecológicos de grande escala da história. O evento não só reforçou a associação de Thomas W. Lawson com o azar, mas também marcou o início da ligação entre desastres e a sexta-feira 13.

Além de sua ligação com a superstição e o azar, Thomas W. Lawson também foi uma figura central no mercado financeiro de sua época. Nascido em 1857, ele construiu sua fortuna ao se especializar na compra e venda de ações, especialmente no mercado de cobre. No entanto, sua ascensão foi frequentemente marcada por práticas questionáveis, que prejudicaram muitos de seus clientes, enquanto ele se tornava multimilionário.

Tramas de azar e trapaça

Um de seus esquemas mais controversos foi sua participação na criação da Amalgamated Copper Mining Company, junto com figuras como William Rockefeller e Henry Rogers. Embora a empresa tenha sido vendida como um monopólio do mercado de cobre, tratava-se de um negócio duvidoso, cujas ações supervalorizadas levaram muitos investidores à ruína, reforçando a ideia de que Thomas W. Lawson era um manipulador envolvido em tramas de azar e trapaça.

Apesar de sua má reputação, Lawson tentou se redimir ao denunciar os próprios esquemas dos quais havia participado. Em 1906, ele publicou uma série de artigos e um livro, “Finanças Frenéticas”, onde revelou os bastidores corruptos de Wall Street, incluindo suas atividades na Amalgamated Copper. No entanto, suas tentativas de reformar o mercado financeiro foram amplamente ignoradas, tanto por seus antigos parceiros quanto pelo público.

No fim de sua vida, Thomas W. Lawson viu sua fortuna desaparecer devido a seus gastos extravagantes, como a construção do luxuoso complexo Dreamworld e a compra de embarcações caras. Ele morreu em 1925, empobrecido e marginalizado, mas sua associação com a sexta-feira 13, o azar e a superstição permanece viva até hoje.

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