Estudo traz novidades surpreendentes sobre origens de Stonehenge

Monumento histórico de Stonehenge, na Inglaterra, exerce fascínio sobre cientistas do mundo inteiro

Monumento histórico de Stonehenge, na Inglaterra, exerce fascínio sobre cientistas do mundo inteiro (Divulgação)

Uma nova pesquisa revelou que a Pedra do Altar de Stonehenge, localizada no sul da Inglaterra, pode ter sido transportada há quase 5.000 anos de uma distância de mais de 700 quilômetros, especificamente do nordeste da Escócia. Esta descoberta desafia a antiga suposição de que a pedra teria vindo do País de Gales, destacando a complexidade e a sofisticação dos povos neolíticos em mover grandes estruturas de pedra.

Longa jornada

O estudo, publicado na revista Nature, sugere que a Pedra do Altar, um bloco de 6 toneladas que ocupa o centro do círculo de pedras de Stonehenge, foi movida através de um percurso extraordinário para a época. Segundo Nick Pearce, coautor do estudo e professor da Universidade de Aberystwyth, essa jornada é a mais longa registrada para qualquer pedra utilizada em um monumento desse período.

A construção de Stonehenge, que começou em torno de 3000 a.C. e se estendeu por várias fases, envolveu a colocação da Pedra do Altar na ferradura central entre 2620 a 2480 a.C. A nova evidência sugere que os antigos britânicos possuíam uma organização social avançada, capaz de mover pedras gigantescas por longas distâncias, possivelmente utilizando rotas marítimas ao longo da costa da Grã-Bretanha.

Origem escocesa

Os pesquisadores analisaram fragmentos da pedra, utilizando a idade e a composição química de grãos minerais como zircão, apatita e rutilo, que apontaram para a Bacia Orcadiana, no nordeste da Escócia, como a origem mais provável da Pedra do Altar. Esta descoberta levanta novas questões sobre as capacidades tecnológicas dos povos neolíticos e as redes de comércio existentes na época.

Além de contribuir para o entendimento dos processos de construção de Stonehenge, a pesquisa abre novas perspectivas sobre as interações entre diferentes comunidades na Grã-Bretanha neolítica. O transporte marítimo de pedras tão grandes sugere um nível de conectividade social e econômica mais sofisticado do que se imaginava anteriormente.

Rituais ancestrais

Os autores do estudo enfatizam que, embora a análise química tenha desvendado parte do mistério da origem da Pedra do Altar, muitos outros aspectos sobre Stonehenge, incluindo seu propósito original, permanecem desconhecidos. A pedra, que atualmente está quebrada no chão do monumento, era possivelmente usada em rituais ou como símbolo de respeito aos ancestrais.

Mistério sobre antigas civilizações

Stonehenge continua a ser um dos maiores mistérios arqueológicos do mundo, e descobertas como esta apenas aprofundam o fascínio sobre as civilizações que construíram este monumento. Apesar dos avanços científicos, o verdadeiro propósito e significado de Stonehenge talvez nunca sejam completamente compreendidos.

Resumo para quem está com pressa:

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