Mercado de criptoativos perdeu 2 trilhões de dólares nos últimos meses, o que esperar?

Enquanto mercado derrete, cientistas buscam alternativas de transações "sem internet"

Enquanto mercado derrete, cientistas buscam alternativas de transações "sem internet" (Divulgação)

Uma das principais preocupações com pagamentos baseados em criptomoedas, como o Bitcoin, é a incerteza sobre o que aconteceria se a internet caísse. Os usuários ficariam impossibilitados de acessar suas carteiras? Essa é uma questão relevante, especialmente em regiões onde quedas de energia ou dificuldades de acesso à internet são comuns.

No entanto, esse problema pode estar com os dias contados, graças a inovações da blockchain Sui. A Sui está explorando o conceito de “transações sem internet”, criando um mecanismo que permite que as criptomoedas continuem fluindo, independentemente das circunstâncias.

Transações Offline com Criptomoedas

Adeniyi Abiodun, um dos cofundadores da Mysten Labs, desenvolvedora da Sui, explicou em entrevista como eles estão trazendo ao mundo as “transações sem internet” para criptomoedas. A ideia é utilizar redes móveis, ou até mesmo ondas de rádio, para enviar transações em criptomoedas quando a internet não estiver disponível.

O time da Sui já completou pesquisas que permitem a transmissão de transações utilizando apenas ondas sob a água, rádio de longa distância e até comprimindo as transações de maneira tão eficiente que cabem no tamanho de uma mensagem de texto. “Podemos efetivamente permitir a transmissão de transações utilizando múltiplos canais de comunicação sem a internet como intermediário”, disse Abiodun. Isso é crucial em situações de recuperação de desastres, falhas de conexão ou em áreas com baixa conectividade.

Sui Testa com Sucesso as Transações sem Internet

Abiodun ressaltou que essa tecnologia pode ser uma inovação poderosa no espaço das criptomoedas, especialmente em relação a pagamentos unilaterais. “Chamamos isso de transações sem internet”, afirmou. A Sui já testou essa metodologia, e ela está “funcionando”, segundo Abiodun. O próximo passo é integrar essa tecnologia para funcionar em dispositivos da Internet das Coisas (IoT), o que também pode beneficiar projetos de infraestrutura física descentralizada (DePIN).

O Futuro com DePIN

Os DePINs (infraestruturas físicas descentralizadas) têm sido uma área em rápido crescimento no Web3 e no espaço descentralizado, com especialistas afirmando que podem transformar indústrias importantes, como a de computação em nuvem. Abiodun descreveu a ideia por trás dos DePINs como algo “muito natural”, onde a participação dos usuários trabalha coletivamente para operar uma infraestrutura pública, beneficiando o público em geral enquanto gera recompensas ao longo do tempo.

Tecnologia Mesh para Transações em Criptomoedas

Em cenários onde não há conectividade celular ou internet disponível, mas onde há GSM, a ideia da Sui é utilizar redes mesh para transmitir mensagens. Isso pode incluir o uso de satélites, mecanismos de retransmissão ou até mesmo rádio. Abiodun exemplifica: “Se eu abrir um canal de rádio entre dois retransmissores e puder criptografar uma mensagem que vá de uma ponta à outra, ela será entregue diretamente ao seu telefone.”

Transações Offline Além dos Pagamentos

Essas transações sem internet não precisam se limitar apenas a pagamentos. Podem incluir cupons, recompensas, sistemas baseados em crédito ou até mesmo dados. Alguns projetos DePIN já estão em operação, como o projeto Helium Mobile, que está criando uma rede móvel e sem fio descentralizada.

Outro exemplo é o Wifi Dabba, um provedor de internet indiano, que lançou uma segunda rodada de dispositivos DePIN na rede Solana em março, com o objetivo de reduzir a exclusão digital e conectar milhões de pessoas à internet.

Ampliando o Acesso com Criptomoedas

Muitos desses projetos buscam ampliar o acesso a serviços digitais, como redes móveis e a internet, como é o caso das transações sem internet da Sui. Abiodun destacou que o acesso financeiro sempre foi uma prioridade para eles, impulsionando o foco na experiência do usuário. “Queríamos que mais usuários tivessem acesso a serviços financeiros a baixo custo.”

Bitcoin e Criptomoedas para os Desconectados

Em outras palavras, o objetivo não é apenas bancar os não bancarizados, mas também aqueles que estão desconectados. Sui está colaborando com a Chip Wireless, uma provedora de serviços móveis canadense, para testar essas ideias e está considerando expandir-se para mercados-alvo, como a África. “Se houver uma maneira de usar a tecnologia para reduzir essa lacuna e fazer isso sem custo para as pessoas que precisam, então é um grande esforço como um todo.”

Resumo para quem está com pressa:

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