Fobia e Tendência: pesquisa mostra que millenials e geração Z não atendem mais o telefone

Devi, da série de TV 'Eu Nunca...', : uma geração que despreza o uso de ligação telefônica

Devi, da série de TV 'Eu Nunca...', : uma geração que despreza o uso de ligação telefônica (Divulgação)

Uma pesquisa recente revelou uma tendência intrigante: 25% das pessoas da Geração Z, com idades entre 18 e 34 anos, nunca atendem o telefone. Esses jovens preferem ignorar o toque, responder por mensagens de texto ou até mesmo pesquisar o número online se ele for desconhecido. A pesquisa, conduzida pelo site Uswitch, envolveu 2 mil pessoas e destacou que cerca de 70% dos participantes dessa faixa etária preferem mensagens de texto a chamadas telefônicas.

Telefone fixo

Para as gerações anteriores, falar ao telefone era a norma. Muitos ainda lembram das disputas por uma linha de telefone fixo em casa, com todos ouvindo as conversas alheias. No entanto, a Geração Z cresceu em um mundo onde as mensagens de texto já dominavam. Para esses jovens, a comunicação via texto é uma segunda natureza, desenvolvida desde cedo com aparelhos como o clássico Nokia, popular na década de 2000.

O surgimento das mensagens de texto

Essa mudança de hábito não se resume apenas à preferência por mensagens de texto. Há uma percepção negativa em torno das ligações telefônicas, com mais da metade dos jovens entrevistados acreditando que uma chamada inesperada pode trazer más notícias. A psicoterapeuta Eloise Skinner sugere que essa aversão às ligações telefônicas está ligada à ansiedade e ao receio de receber informações desagradáveis.

Redes sociais

A comunicação entre os jovens, no entanto, não diminuiu. Pelo contrário, ela se diversificou, migrando para plataformas de redes sociais como Instagram e Snapchat, onde o compartilhamento de imagens, memes e mensagens de voz se tornou comum. Aliás, as mensagens de voz são vistas como uma forma preferida de comunicação para 37% dos jovens entrevistados, embora apenas 1% dos participantes mais velhos compartilhem dessa preferência.

Geração Z no trabalho

Mesmo no ambiente profissional, a fobia telefônica da Geração Z está evidente. Muitos jovens evitam atender chamadas no trabalho, preferindo a comunicação por e-mail ou mensagens. O advogado Henry Nelson-Case, por exemplo, expressa um desconforto em lidar com conversas em tempo real, que exigem respostas imediatas e geram ansiedade. Essa preferência por textos reflete uma necessidade de controle e de evitar a vulnerabilidade associada às ligações telefônicas.

Tempos modernos

Esse comportamento não é apenas uma resistência à tecnologia mais antiga, mas uma adaptação aos tempos modernos. A advogada Dunja Relic, de 27 anos, argumenta que as ligações podem ser demoradas e interferir nas tarefas do dia a dia, algo que Skinner define como o sentimento de que “poderia ter sido um e-mail”. Além disso, a pressão por produtividade faz com que muitos optem por métodos de comunicação que possam ser geridos de maneira mais eficiente.

Por outro lado, alguns gestores mais antigos, como James Holton, de 64 anos, observam dificuldades em se comunicar com funcionários mais jovens, que frequentemente ignoram chamadas telefônicas. Ele reconhece a necessidade de adaptação, ajustando sua abordagem para respeitar a preferência dos funcionários por mensagens de texto.

A importância da comunicação verbal

A preferência por mensagens de texto, no entanto, pode trazer desafios na construção de conexões mais profundas, tanto no ambiente pessoal quanto no profissional. A psicoterapeuta Eloise Skinner alerta que, se essa tendência continuar, a capacidade de se conectar emocionalmente e de maneira autêntica pode ser prejudicada, especialmente no ambiente de trabalho, onde a comunicação verbal ainda desempenha um papel importante.

Evolução da comunicação

Ainda que a Geração Z prefira evitar as ligações telefônicas, essa mudança de comportamento pode ser vista como uma evolução natural da comunicação. Assim como o fax foi substituído pelo e-mail, as chamadas telefônicas podem estar se tornando obsoletas em 2024, cedendo lugar a formas de comunicação mais flexíveis e adequadas ao ritmo de vida moderno.

Resumo para quem está com pressa:

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