A popularidade das versões aceleradas de músicas no TikTok tem transformado a maneira como os fãs consomem música, especialmente entre os mais jovens. Essa tendência consiste em aumentar a velocidade de faixas populares em até 30%, ajustando-as para acompanhar vídeos curtos e virais na plataforma. Esse fenômeno tem sido tão impactante que chegou a impulsionar artistas nas paradas musicais, como ocorreu com a cantora britânica RAYE, cujo single “Escapism” atingiu o topo das paradas britânicas após ter sido acelerado por fãs.
Dos DJs para as redes sociais
Essa prática começou no início dos anos 2000 com o movimento “nightcore”, criado por DJs noruegueses que aceleravam e aumentavam o tom de músicas. Hoje, a prática se popularizou em aplicativos de redes sociais, onde os usuários podem acelerar não apenas músicas, mas também podcasts, filmes e outros conteúdos. O Spotify, por exemplo, relatou que em 2023 mais de um terço dos ouvintes americanos aumentava a velocidade dos podcasts e cerca de dois terços faziam o mesmo com músicas.
Dopamina
A crescente demanda por essas versões aceleradas está levando plataformas como o TikTok e serviços de streaming a considerarem novas funcionalidades que permitam aos usuários remixar e compartilhar músicas com andamentos ajustados. De acordo com a escritora Mary Beth Ray, especializada em cultura musical digital, essas versões curtas e aceleradas se encaixam bem na necessidade das redes sociais de fornecer rápidas doses de dopamina aos usuários.
Artistas estão aderindo
Muitos artistas e gravadoras estão atentos a essa tendência. Músicos como Nelly Furtado e Summer Walker já adaptaram suas carreiras para incluir versões aceleradas de seus trabalhos. Billie Eilish e Sabrina Carpenter também lançaram versões oficiais de suas músicas em diferentes velocidades, respondendo ao apelo do público por essas versões alternativas.
Nem todos aprovam
Embora essas versões aceleradas estejam se tornando cada vez mais populares, nem todos estão satisfeitos. Artistas como Lil Yachty demonstraram desconforto com a disseminação dessas versões, temendo que elas possam desvirtuar a intenção original de suas músicas. Da mesma forma, houve relatos de que o público em shows reconhece melhor as versões aceleradas de algumas músicas, como “Bad Habit” de Steve Lacy, do que as versões originais.
Público fragmentado
Apesar das controvérsias, as versões aceleradas parecem estar aqui para ficar. Para alguns artistas, como a produtora londrina tonka._.b, ajustar a velocidade das músicas faz parte do processo criativo, permitindo que diferentes versões de uma mesma faixa alcancem diferentes públicos. Essa abordagem diversificada pode ser uma estratégia eficaz para captar a atenção de um público cada vez mais fragmentado.
O impacto das músicas aceleradas no TikTok e outras plataformas continua a moldar a indústria musical, proporcionando novas oportunidades para artistas e desafios para aqueles que preferem manter a integridade de suas criações originais.
Resumo para quem está com pressa
- Aceleração de músicas no TikTok tem impulsionado artistas nas paradas.
- A prática começou com o movimento “nightcore” nos anos 2000.
- Spotify e outras plataformas estão testando funcionalidades para remixar músicas.
- Artistas como Nelly Furtado e Billie Eilish lançaram versões aceleradas oficialmente.
- Nem todos os artistas apoiam a tendência; alguns temem a distorção de suas obras.
- As versões aceleradas estão se tornando parte do processo criativo de novos artistas.