Pesquisadores da missão Juno, da NASA, detectaram um ponto vulcânico gigantesco no hemisfério sul de Io, a lua mais vulcânica de Júpiter e de todo o Sistema Solar. Este “supervulcão” impressiona por seu tamanho colossal, sendo maior que o Lago Superior, nos EUA, e liberando uma energia seis vezes superior à gerada por todas as usinas do planeta Terra.
Tecnologia de Ponta para Exploração Espacial
A descoberta foi possível graças ao Mapeador Auroral Infravermelho Joviano (JIRAM), um instrumento avançado desenvolvido em parceria com a Agência Espacial Italiana. Este equipamento foi projetado para estudar a atmosfera de Júpiter, mas também tem sido essencial para a análise de Io na missão estendida da Juno.
O Evento Vulcânico Mais Intenso Já Registrado
Scott Bolton, cientista líder da missão e pesquisador do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, destacou a magnitude da descoberta. Segundo ele, este é o evento vulcânico mais intenso já registrado em Io, o que é surpreendente considerando que essa lua já é o local mais vulcânico do Sistema Solar.
Io: Um Mundo em Erupção Contínua
Com um tamanho semelhante ao da nossa Lua, Io completa uma órbita ao redor de Júpiter a cada 42,5 horas. Sua trajetória elíptica faz com que seja constantemente “espremida” pela intensa gravidade do gigante gasoso, gerando imenso calor interno. Esse calor mantém o interior da lua derretido e alimenta mais de 400 vulcões ativos que expelem lava e cinzas constantemente.
A Dimensão do Supervulcão
O JIRAM captou um forte sinal infravermelho no hemisfério sul de Io durante um sobrevoo em 27 de dezembro. A região afetada, ainda sem nome, cobre impressionantes 100 mil km², superando em muito Loki Patera, um lago de lava já conhecido e que ocupa 20 mil km².
Uma Fonte Inimaginável de Energia
A energia liberada por esse ponto vulcânico é estimada em mais de 80 trilhões de watts. Segundo Alessandro Mura, do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, essa liberação massiva de energia sugere a presença de um vasto sistema de câmaras de magma subterrâneas.
Mudanças Drásticas na Superfície
As imagens captadas pela JunoCam, a câmera da espaçonave Juno, mostram alterações significativas na coloração da superfície ao redor do ponto quente. Isso reforça a hipótese de uma intensa atividade vulcânica em andamento. Grandes erupções em Io frequentemente deixam marcas duradouras, como fluxos de lava, plumas de enxofre e extensos campos de rochas vulcânicas.
A Importância da Missão Juno
A missão Juno tem sido fundamental para expandir o conhecimento sobre Júpiter e suas luas. Desde seu lançamento, em 2011, a espaçonave tem revelado detalhes fascinantes sobre a atmosfera, os campos magnéticos e a dinâmica interna do planeta e de seus satélites.
Os Próximos Passos da Exploração
O próximo sobrevoo da Juno sobre Io está programado para março. O objetivo é analisar as mudanças na paisagem vulcânica e entender melhor a atividade geotérmica dessa lua extrema. Além disso, telescópios terrestres continuarão monitorando sua atividade vulcânica em tempo real.
O Impacto da Descoberta
De acordo com Scott Bolton, essa descoberta não apenas redefine recordes, mas também oferece pistas valiosas sobre o vulcanismo em outros mundos. Estudar Io pode fornecer insights importantes sobre exoplanetas e luas distantes que apresentam atividade geológica intensa.
Como Essa Descoberta Pode Influenciar Futuras Missões?
Os dados coletados pela Juno podem auxiliar no planejamento de futuras missões exploratórias. A NASA e outras agências espaciais estudam o envio de sondas dedicadas a Io, capazes de pousar em sua superfície e analisar a composição dos fluxos de lava em detalhes.
Resumo para quem está com pressa
- NASA e Juno descobrem um supervulcão gigante em Io, lua de Júpiter.
- A erupção é a mais intensa já registrada na lua mais vulcânica do Sistema Solar.
- A região afetada cobre 100 mil km², superando Loki Patera.
- Energia liberada é estimada em 80 trilhões de watts.
- Imagens da JunoCam mostram mudanças na superfície, reforçando a atividade vulcânica.
- Novo sobrevoo está programado para março, e telescópios terrestres continuarão o monitoramento.