Incrível: cientistas descobrem Terra ‘pré-dinossauros’ no subsolo do Oceano Pacífico

Uma antiga laje oceânica foi descoberta a mais de 400 km abaixo do Oceano Pacífico

Uma antiga laje oceânica foi descoberta a mais de 400 km abaixo do Oceano Pacífico (Foto: Pixabay)

Uma descoberta surpreendente revela uma antiga placa oceânica submersa sob o Oceano Pacífico, que tem pairado no manto da Terra por mais de 120 milhões de anos. A pesquisa recente ilumina processos geológicos profundos e desvenda detalhes intrigantes sobre a estrutura interna do planeta. O estudo, publicado em setembro de 2023, sugere que essa enorme laje de rocha densa pode estar ligada a uma “falha” entre duas seções de uma gigantesca formação conhecida como “bloco do manto”.

O que é a placa Nazca?

A placa Nazca é uma placa tectônica situada a oeste da costa do Pacífico da América do Sul. Faz fronteira com o Oceano Pacífico no limite conhecido como Dorsal do Pacífico Oriental, e sua subducção ocorre ao longo da costa sul-americana. Essa placa é parte fundamental da dinâmica tectônica da região, onde placas oceânicas submergem sob outras, afetando tanto a superfície quanto as camadas mais profundas do planeta.

Descoberta de uma laje oceânica submersa

A pesquisa revelou uma laje de crosta oceânica, datada da época dos primeiros dinossauros, submersa sob o Oceano Pacífico. Essa laje de rocha densa está localizada entre 410 e 660 quilômetros abaixo da superfície da Terra e parece estar “preservada” no manto terrestre há mais de 120 milhões de anos. A descoberta lança luz sobre a história tectônica antiga e oferece novas perspectivas sobre as complexidades da estrutura interna do planeta.

Blocos gigantescos no manto terrestre

Profundamente sob a superfície da Terra, blocos gigantes de material denso e quente, conhecidos como provincias de baixa velocidade de cisalhamento (LLSVPs), sobem do núcleo externo líquido para o manto rochoso. Esses blocos imensos podem atingir milhares de quilômetros de largura. Os cientistas estudam esses fenômenos usando técnicas que medem a forma como as ondas sísmicas se movem através deles, revelando a estrutura e a composição desses “blocos de manto”.

O enigma dos LLSVPs

Os LLSVPs, como o “bloco africano”, localizado sob o Vale do Rift na África Oriental, representam uma das maiores estruturas internas da Terra. No entanto, os cientistas ainda estão tentando entender como essas formações se desenvolveram, qual sua composição exata e como elas influenciam eventos de superfície, como vulcanismo e terremotos. A nova descoberta de uma laje submersa pode ser uma chave importante para desvendar esses mistérios.

A subducção e a formação de “cemitérios tectônicos”

As lajes de placas oceânicas que mergulham sob outras placas em zonas de subducção eventualmente formam o que os cientistas chamam de “cemitérios tectônicos”. Essas áreas são compostas de restos de placas antigas que afundaram profundamente no manto terrestre. No caso da placa Nazca, a subducção desempenha um papel crucial, criando zonas de convergência entre a crosta oceânica e continental.

A origem da laje submersa

De acordo com a pesquisa, existem duas hipóteses principais para explicar como essa antiga laje oceânica acabou no manto do Oceano Pacífico. A primeira sugere que uma parte da crosta oceânica se desprendeu durante a separação do supercontinente Gondwana, submergindo lentamente sob a placa que precedeu a placa Nazca. A segunda hipótese considera a possibilidade de um movimento tectônico mais antigo, que teria levado à subducção dessa placa oceânica.

Subducção lenta no manto terrestre

Independentemente da origem exata, a laje submersa está se movendo para baixo em um ritmo extremamente lento, entre 0,5 e 1 centímetro por ano. Essa velocidade é cerca da metade do que seria esperado para um objeto semelhante em outra parte do manto, sugerindo que a espessura da laje e a viscosidade dessa região do manto estão retardando seu movimento.

O impacto sobre a estrutura do manto

O estudo ajuda a conectar a história das placas tectônicas dos últimos 250 milhões de anos às estruturas atuais do manto terrestre. A descoberta de uma laje submersa como essa é uma peça importante do quebra-cabeça para entender as mudanças internas na Terra, que muitas vezes não deixam vestígios visíveis na superfície do planeta.

Mantendo viva a história geológica

Os cientistas sugerem que o entendimento dessas lajes submersas pode fornecer informações valiosas sobre eventos geológicos que ocorreram há milhões de anos, os quais moldaram a superfície da Terra. Sem registros diretos na crosta, o manto esconde pistas cruciais sobre o passado do planeta, e estudos como esse nos aproximam de decifrar essa história antiga.

As implicações para o futuro

A descoberta também tem implicações para a compreensão da dinâmica tectônica atual e futura. À medida que as placas continuam a se mover, subduzir e interagir umas com as outras, a Terra passa por transformações geológicas contínuas. Compreender essas interações profundas pode nos ajudar a prever melhor os impactos em longo prazo para a superfície do planeta.

Como essas descobertas ajudam a ciência

Ao iluminar as interações entre placas submersas e blocos de manto, essa pesquisa oferece uma visão inédita das forças que moldam a crosta terrestre e os processos que ocorrem nas profundezas do planeta. Essas informações são cruciais para aprimorar nosso conhecimento sobre terremotos, vulcanismo e outros fenômenos naturais.

O Oceano Pacífico como palco de transformações tectônicas

A região do Oceano Pacífico é uma das áreas mais ativas do mundo em termos tectônicos, com múltiplas zonas de subducção e formação de novas placas oceânicas. A descoberta da laje submersa sob essa área reforça o papel dessa região como um centro de atividade geológica e destaca a importância do estudo das interações tectônicas para entender melhor a história e a evolução da Terra.

Resumo para quem está com pressa:

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