Ex-Google e agora prêmio Nobel alerta sobre riscos da inteligência artificial

Vencedor do Nobel de física alerta sobre os riscos da inteligência artificial, especialmente no contexto de IA generativa

Vencedor do Nobel de física alerta sobre os riscos da inteligência artificial, especialmente no contexto de IA generativa (Foto: Pixabay)

Logo após receber o Prêmio Nobel de Física de 2024, o cientista britânico Geoffrey Hinton voltou a expressar preocupação com os potenciais perigos da inteligência artificial (IA). Ele destacou os riscos do aprendizado de máquina descontrolado, especialmente com a crescente utilização de IA generativa em diversas aplicações tecnológicas.

A Saída de Geoffrey Hinton do Google e o Alerta sobre IA

Geoffrey Hinton trabalhou por mais de dez anos no Google, mas em 2023 tomou a decisão de deixar a empresa para falar abertamente sobre os riscos associados ao desenvolvimento da inteligência artificial. Sua principal preocupação gira em torno da IA generativa, tecnologia que permite a criação de textos, imagens e vídeos a partir de comandos simples, presente em ferramentas como o ChatGPT da OpenAI.

Riscos do Uso Indevido da Inteligência Artificial

Em entrevistas, Hinton tem se mostrado preocupado com o potencial uso indevido dessa tecnologia. Ele alertou para a dificuldade de evitar que maus atores utilizem a inteligência artificial para fins prejudiciais. “Se eu não tivesse feito isso, alguém teria”, disse ele em uma entrevista ao New York Times, logo após sair do Google, referindo-se ao seu trabalho no campo da IA.

O Papel Pioneiro de Geoffrey Hinton no Desenvolvimento da IA

Geoffrey Hinton, frequentemente chamado de “O poderoso chefão da IA”, começou sua trajetória na década de 1970, como estudante de pós-graduação na Universidade de Edimburgo. Ele foi um dos pioneiros no conceito de redes neurais, uma técnica de aprendizado de máquina que, na época, era vista com ceticismo pela maioria dos pesquisadores. Contudo, sua dedicação ao tema moldou o futuro da inteligência artificial.

A Contribuição de Hinton para a IA e a Relutância com o Financiamento Militar

Nos anos 1980, Hinton trabalhou como professor na Carnegie Mellon University, mas deixou a instituição por se recusar a aceitar financiamento do Pentágono, que apoiava a maior parte das pesquisas em inteligência artificial nos Estados Unidos. Ele temia o uso da IA em campos de batalha, o que o levou a evitar vínculos com pesquisas militares.

Inovações e Impactos da Rede Neural Criada por Hinton

Em 2012, Geoffrey Hinton e seus alunos, Ilya Sutskever e Alex Krizhevsky, criaram uma rede neural capaz de identificar objetos em imagens, como flores, cachorros e carros. Essa inovação atraiu a atenção de grandes empresas de tecnologia, como o Google, que adquiriu a empresa de Hinton por US$ 44 milhões. Sutskever seguiu carreira na OpenAI, enquanto Hinton continuou desenvolvendo a IA no Google até sua saída.

Avanços da Inteligência Artificial e o Crescimento da OpenAI

Tanto o Google quanto a OpenAI avançaram rapidamente no desenvolvimento de redes neurais para processamento de grandes volumes de dados, levando à criação de sistemas como o ChatGPT e o Google Bard. Hinton reconhece que esses sistemas têm a capacidade de superar a inteligência humana em certos aspectos, mas alerta para os perigos que esse avanço tecnológico representa.

Preocupações com os Avanços Rápidos da IA

Hinton expressa temores sobre o futuro da inteligência artificial, especialmente em relação ao impacto no mercado de trabalho e à propagação de fake news. Ele acredita que, em breve, a IA será capaz de gerar conteúdo falso em massa, dificultando a distinção entre realidade e ficção. Além disso, Hinton prevê que, com o tempo, as máquinas autônomas se tornarão uma ameaça ainda maior.

IA e o Perigo das Armas Autônomas

Um dos maiores receios de Geoffrey Hinton é a criação de armas autônomas, o que ele já chamou de “robôs assassinos”. Segundo ele, a tecnologia pode evoluir de forma a criar sistemas de IA com capacidade de tomar decisões letais de maneira independente, o que pode representar um risco sem precedentes para a humanidade.

A Reflexão de Hinton sobre a Regulação da IA

Hinton também se mostrou cético quanto à possibilidade de uma regulação global eficaz da inteligência artificial. Ao contrário das armas nucleares, ele argumenta que não há como monitorar se empresas ou governos estão desenvolvendo IA em segredo, o que torna a regulação extremamente difícil.

Prêmio Nobel e Reconhecimento de Seu Trabalho com Redes Neurais

Geoffrey Hinton recebeu o Prêmio Nobel de Física ao lado do cientista John Hopfield, da Universidade de Princeton, pelos avanços no campo do aprendizado de máquina. A comissão do Nobel destacou as descobertas fundamentais que permitiram o desenvolvimento de redes neurais artificiais. Hinton, ao receber a notícia, afirmou estar surpreso e disse que, apesar das críticas à IA, faria tudo de novo.

Advertências sobre o Futuro da IA por Hopfield e Hinton

John Hopfield, que também compartilhou o Nobel com Hinton, expressou preocupação com os recentes avanços da inteligência artificial. Ele comparou o impacto da IA à física nuclear, alertando para os perigos de uma tecnologia poderosa e não controlada. Hopfield e Hinton concordam que, apesar dos benefícios da IA, é crucial que a humanidade desenvolva um entendimento mais profundo sobre seus riscos e suas consequências.

Resumo para Quem Está com Pressa

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