Eric Schmidt, ex-CEO do Google, compartilhou recentemente com alunos da Universidade de Stanford suas perspectivas sobre o mercado de ações, destacando o crescente investimento em inteligência artificial (IA) baseado em data centers equipados com chips da NVidia. Apesar de não dar conselhos diretos sobre investimentos, Schmidt apontou que grandes empresas de tecnologia estão planejando investir até US$ 300 bilhões em data centers de IA, muitos dos quais utilizarão os chips da NVidia, líderes de mercado no setor.
Crescimento da Nvidia
Schmidt revelou que, em conversas com grandes empresas, elas mencionaram a necessidade de investir entre US$ 20 bilhões e US$ 100 bilhões em infraestrutura de IA, enfatizando a importância da NVidia nesse processo. Ele ressaltou o aumento expressivo na receita da NVidia, que cresceu mais de 200% por três trimestres consecutivos, graças à demanda por seus chips de IA, predominantes nos data centers modernos.
Embora o Google tenha desenvolvido seus próprios chips de processamento, chamados de Tensor Processing Units (TPUs), que podem competir com os processadores da NVidia, Schmidt observou que esses chips ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento e não representam uma ameaça imediata à liderança da NVidia no mercado.
Indicativo para o mercado de ações
Em um discurso para estudantes de graduação sobre inteligência artificial, Schmidt comentou que, se os US$ 300 bilhões em investimentos forem direcionados à NVidia, isso seria um forte indicativo de como agir no mercado de ações, embora tenha evitado dar recomendações explícitas de compra de ações. Suas observações destacam o papel central da NVidia na ascensão da IA generativa, que começou a ganhar força no final de 2022.
A demanda crescente por GPUs da NVidia, impulsionada por grandes empresas de nuvem e desenvolvedores de modelos de IA, levantou questões em Wall Street sobre um possível excesso de investimento em infraestrutura de IA. A NVidia deve fornecer uma atualização sobre o mercado em 28 de agosto, quando divulgará seus resultados trimestrais.
Poucas opções
Schmidt também mencionou que, embora a NVidia seja a grande vencedora nesse cenário, há poucas outras opções óbvias no mercado. Ele acredita que empresas capazes de investir mais em chips e data centers da NVidia ganharão uma vantagem tecnológica significativa sobre concorrentes menores que não possuem a mesma capacidade financeira.
Ele destacou que a lacuna entre os modelos de ponta em IA e os demais parece estar aumentando, uma mudança em relação a seis meses atrás, quando Schmidt acreditava que essa diferença estava diminuindo. Empresas como a Meta, que adquiriu cerca de 600.000 GPUs da NVidia, já preveem que os próximos modelos de IA exigirão ainda mais poder de computação.
OpenAI e Microsoft
Além disso, Schmidt comentou sobre a parceria entre Sam Altman, CEO da OpenAI, e a Microsoft, que está investindo US$ 100 bilhões na construção de um data center de IA chamado “Stargate“. Schmidt inicialmente duvidava dessa aliança, mas agora reconhece o sucesso da Microsoft em posicionar-se como uma das empresas mais valiosas no campo da IA.
Por fim, Schmidt destacou que a liderança da NVidia pode ser difícil de superar devido ao seu domínio no ecossistema de desenvolvimento de IA, especialmente com o uso da linguagem de programação CUDA. Ele observou que os esforços da AMD para adaptar o código CUDA aos seus próprios chips ainda não alcançaram o mesmo nível de funcionalidade.
Resumo para quem está com pressa:
- Eric Schmidt, ex-CEO do Google, vê grandes empresas investindo fortemente em data centers de IA baseados em chips da NVidia.
- NVidia tem liderado o mercado de IA com um crescimento de receita superior a 200% em três trimestres consecutivos.
- Google desenvolve seus próprios chips de IA, mas ainda estão em estágios iniciais em comparação com a NVidia.
- Schmidt acredita que empresas capazes de investir em chips da NVidia ganharão vantagem tecnológica sobre concorrentes menores.
- Meta prevê necessidade crescente de poder de computação para seus próximos modelos de IA.
- Parceria entre OpenAI e Microsoft, inicialmente vista com ceticismo por Schmidt, agora é considerada um grande sucesso.