Em duas décadas EUA cairá para 3ª posição na economia mundial

A mais recente pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC), intitulada “Visão de longo prazo: como a ordem econômica global mudará até 2050?”, projeta uma significativa reconfiguração da ordem econômica mundial nas próximas décadas. O relatório destaca que os mercados emergentes terão um papel predominante, com várias dessas economias ultrapassando países tradicionalmente fortes. Essa mudança no cenário global reflete o potencial desses mercados em desenvolver suas infraestruturas e melhorar a eficiência institucional.

Mercados emergentes em ascensão

De acordo com o relatório da PwC, seis dos dez maiores PIBs mundiais em 2050 serão de mercados emergentes. Esses países estão projetados para crescer a uma taxa duas vezes superior à das economias avançadas. No entanto, para concretizar esse potencial, será necessário um esforço significativo em investimentos em infraestrutura e melhorias institucionais, fatores fundamentais para garantir um crescimento sustentável e de longo prazo.

Projeções de PIB para 2050

A pesquisa da PwC utiliza o Produto Interno Bruto ajustado pela Paridade do Poder de Compra (PPP) como base para suas projeções. A PPP é uma métrica essencial para comparar a produtividade econômica entre países, ajustando as diferenças no custo de vida e permitindo uma avaliação mais precisa do poder econômico real. Com base nessa métrica, países como China e Índia estão em uma trajetória de ascensão, enquanto economias avançadas, como os Estados Unidos e a Alemanha, continuarão a desempenhar um papel importante, mas em posições mais baixas.

Projeções de PIB para 2050 (em trilhões de dólares PPP):

A dominância da China e da Índia

As economias da China e da Índia são as grandes protagonistas nas projeções da PwC. A China, já consolidada como a maior economia em termos de PPP, continuará a crescer e ampliar sua vantagem sobre outros países, alcançando um PIB estimado em US$ 58 trilhões até 2050. A Índia, por sua vez, deverá ultrapassar os Estados Unidos, consolidando-se como a segunda maior economia do mundo, com um PIB projetado de US$ 44 trilhões. Esse crescimento acelerado reflete os investimentos massivos em infraestrutura e as reformas econômicas implementadas por esses países.

O papel dos Estados Unidos na nova ordem econômica

Embora os Estados Unidos permaneçam entre as maiores economias globais, sua posição será superada pela China e pela Índia até 2050, segundo as projeções da PwC. O PIB americano, ajustado pela PPP, deverá alcançar US$ 34 trilhões, o que mantém sua relevância, mas indica uma redistribuição do poder econômico em favor dos mercados emergentes. Ainda assim, a força econômica dos EUA será vital para sustentar o equilíbrio no comércio internacional e nas inovações tecnológicas.

América Latina: Brasil em destaque

Na América Latina, o Brasil se destaca como uma das principais economias emergentes, com um PIB projetado de US$ 7,540 trilhões em 2050. O país tem um potencial significativo para crescimento, desde que enfrente desafios como a modernização da infraestrutura e a melhoria do ambiente de negócios. A PwC ressalta que a trajetória de crescimento do Brasil depende de sua capacidade de atrair investimentos e melhorar a governança institucional, permitindo que o país alcance seu pleno potencial.

A relevância da Paridade do Poder de Compra (PPP)

O uso da PPP como métrica no relatório da PwC permite uma análise mais precisa das economias globais, ajustando as diferenças no custo de vida entre os países. A PPP reflete melhor a capacidade real de compra das populações e o valor produzido por cada economia, sendo especialmente útil para analisar mercados emergentes que têm custos de vida mais baixos, mas que possuem um grande potencial produtivo.

Relação entre produtividade e qualidade de vida

O aumento da produtividade econômica está diretamente ligado à melhoria dos padrões de vida. Economias que conseguem aumentar sua produtividade são capazes de gerar mais bens e serviços, criando mais empregos e elevando os salários. Além disso, esse crescimento possibilita melhores serviços públicos, que são essenciais para o bem-estar social. No entanto, o relatório da PwC também alerta para a necessidade de políticas de equidade, para garantir que a prosperidade econômica seja amplamente distribuída e que não haja um aumento nas desigualdades.

Desafios para os mercados emergentes

Embora os mercados emergentes tenham grande potencial de crescimento, eles também enfrentam desafios consideráveis. A PwC destaca a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura, que são essenciais para sustentar o crescimento econômico. Além disso, melhorias nas instituições governamentais e na governança corporativa serão fundamentais para criar um ambiente de negócios estável e atrativo para investidores internacionais.

Impacto nas economias avançadas

As economias avançadas, como as dos Estados Unidos, Alemanha e Japão, continuarão a desempenhar um papel importante na economia global, mas perderão posições relativas para os mercados emergentes. O desafio para essas economias será manter sua relevância em um cenário de competição crescente, adaptando-se às novas realidades globais e inovando em setores de alta tecnologia e serviços especializados.

O equilíbrio entre produtividade e equidade

O relatório da PwC conclui que, para que o crescimento dos mercados emergentes seja sustentável, é essencial que eles encontrem um equilíbrio entre produtividade e justiça social. O crescimento econômico não pode ser visto de forma isolada; é necessário garantir que as políticas públicas promovam a inclusão e a equidade, para que os benefícios do crescimento sejam amplamente compartilhados. Isso será crucial para evitar tensões sociais e garantir um desenvolvimento verdadeiramente inclusivo.

Resumo para quem está com pressa:

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