Suprema Corte nega revisão sobre confisco de bitcoins pelo governo americano

Suprema Corte dos EUA rejeitou um pedido de revisão sobre o confisco de quase 70 mil bitcoins ligados à Silk Road

Suprema Corte dos EUA rejeitou um pedido de revisão sobre o confisco de quase 70 mil bitcoins ligados à Silk Road (Foto: Pixabay)

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu não aceitar o pedido de revisão do caso envolvendo o confisco de quase 70 mil bitcoins, equivalentes a US$ 4,4 bilhões, pelo governo americano. A decisão foi divulgada na última quarta-feira, 9 de outubro, e abre caminho para que a administração federal tome posse definitiva desses criptoativos. Essa quantia, com valor aproximado de mais de R$ 24 bilhões pela cotação atual, é parte de um processo que remonta à plataforma Silk Road, um famoso mercado ilegal que operava na Dark Web.

O caso Silk Road e o envolvimento com a Dark Web

A Silk Road foi uma plataforma da Dark Web que permitia a compra e venda de produtos ilícitos, incluindo drogas e armas, utilizando o Bitcoin como moeda de troca. O site foi fechado pelo FBI em 2013, e seus ativos foram confiscados. Desde então, o governo dos EUA tem controlado a maior parte dos bitcoins associados à operação. Esses criptoativos foram transferidos para uma carteira governamental em 2020, e o governo federal tem lutado desde então para manter a posse legal sobre eles.

O confisco bilionário de Bitcoins

A quantia de 69.730 bitcoins, que hoje equivale a US$ 4,4 bilhões, foi considerada um dos maiores confiscos de criptoativos na história. O governo dos EUA controla esses ativos desde 2020 e, agora com a decisão da Suprema Corte, o caminho está livre para que os criptoativos sejam oficialmente leiloados. Esse tipo de leilão já ocorreu anteriormente em casos semelhantes envolvendo Bitcoin confiscado em operações criminais.

Battle Born Investments e a disputa pelos Bitcoins

O pedido de revisão foi feito pela empresa Battle Born Investments, que alega ter adquirido os bitcoins da Silk Road por meio de um processo de falência. A empresa afirmou que tinha direito à propriedade das criptomoedas, mas com a recusa da Suprema Corte, essa reivindicação foi negada. Com isso, a administração federal pode avançar no processo de leilão dos bitcoins confiscados.

O leilão dos Bitcoins confiscados

Embora ainda não esteja oficialmente confirmado, é esperado que o governo dos EUA opte por leiloar os bitcoins confiscados da Silk Road, uma prática comum em casos de apreensão de criptoativos. Esse tipo de leilão, realizado por órgãos governamentais, pode gerar uma receita significativa para o governo, considerando o valor expressivo do Bitcoin no mercado atual.

O papel de Tigran Gambaryan no confisco

O confisco dos US$ 4,4 bilhões em bitcoins foi intermediado pelo ex-agente do Internal Revenue Service (IRS), Tigran Gambaryan, que teve um papel importante na apreensão dos criptoativos. Gambaryan foi pioneiro na utilização do rastreamento de criptomoedas em investigações criminais, ajudando a desmantelar redes ilegais.

Gambaryan e seu trabalho na Binance

Após o confisco dos bitcoins, Tigran Gambaryan deixou o IRS e assumiu uma posição de liderança na Binance, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo. Como chefe de investigações na empresa, Gambaryan foi envolvido em casos de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, levando-o a ser convocado para depor em várias jurisdições internacionais.

A prisão de Gambaryan na Nigéria

No início de 2024, durante uma viagem à Nigéria para depor em um caso envolvendo a Binance, Tigran Gambaryan foi preso. Embora ele tenha desempenhado um papel crucial na luta contra crimes relacionados a criptomoedas, seu envolvimento com a exchange levantou questões legais. Seus advogados têm solicitado o apoio da administração de Joe Biden para sua libertação, mas até o momento, não houve uma resposta oficial.

A carreira de Gambaryan no combate ao crime cibernético

Tigran Gambaryan foi um dos pioneiros no uso do rastreamento de criptomoedas em investigações criminais realizadas pelo IRS. Um de seus casos mais notáveis envolveu a identificação e desmantelamento de uma rede de vídeos de abuso sexual infantil, o que resultou na prisão de mais de 300 pessoas e no resgate de 23 crianças.

Impacto da decisão da Suprema Corte no mercado de Bitcoin

A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de não revisar o caso marca um ponto importante no tratamento de crimes relacionados à Dark Web e ao Bitcoin. Ao permitir que o governo dos EUA mantenha a posse dos criptoativos da Silk Road, a corte reforça a capacidade das autoridades em confiscar bens digitais associados a atividades ilícitas, o que pode criar precedentes para futuros casos envolvendo criptomoedas.

O futuro dos Bitcoins confiscados

O destino dos bitcoins confiscados do caso Silk Road ainda não foi definido oficialmente, mas é provável que o governo siga com o processo de leilão, como já ocorreu em situações anteriores. Isso pode gerar uma receita significativa para o governo americano e, ao mesmo tempo, sinaliza uma forte posição contra o uso de Bitcoin e outras criptomoedas para atividades ilícitas.

Implicações da decisão para o mundo das criptomoedas

A decisão da Suprema Corte e o confisco de uma quantia tão significativa de bitcoins ressaltam os desafios e as oportunidades legais no universo das criptomoedas. Ao mesmo tempo em que as autoridades reforçam sua capacidade de rastrear e confiscar criptoativos, a medida também destaca a crescente necessidade de regulamentação no setor de criptoativos para prevenir o uso indevido dessas tecnologias em atividades criminosas.

Resumo para quem está com pressa:

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