O recente surto de gastroenterites nas praias dos estados de São Paulo e Santa Catarina colocou a qualidade da água do mar no foco, ainda que não esteja confirmado que foi a causa do problema.
Balneabilidade
Uma recente análise de “balneabilidade” elaborada pela Folha de São Paulo revelou que apenas 258 das 861 praias estavam próprias em todas as medições de 2024. Esse é o pior nível registrado desde 2016, segundo o estudo. Há 9 anos, quando começou a ser realizado em 14 dos 17 estados com litoral marítimo, 44% eram próprias; agora foi apenas de 30%. Amapá, Piauí e Pará não medem a qualidade da água.
Balneabilidade significa que a qualidade da água permite realizar atividades recreativas com contato direto e prolongado, como natação, mergulho ou esqui aquático.
Uma resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), em 2000, desenvolveu os critérios e limites para a análise realizada em águas interiores e praias costeiras. Para que uma praia seja considerada própria, 80% ou mais das amostras de água não devem ultrapassar o limite de 800 Escherichia coli, 1.000 coliformes e 100 enterococos por 100 ml.
Efeitos da urbanização
A urbanização das áreas costeiras sem planejamento, o lento avanço no saneamento básico e o descarte irregular da água da chuva são os fatores centrais na queda da qualidade. Questões menos controláveis, como correntes marítimas, marés e a forma da praia, também desempenham seu papel.
O contato com a água em áreas impróprias pode causar problemas como doenças gastrointestinais ou micose. A principal recomendação é evitar entrar no mar nas primeiras horas após as chuvas e em locais próximos à saída de rios urbanos, galeria de águas pluviais e canais de drenagem.
Entre os piores lugares apontados pela análise da Folha estão a badalada praia de Camboriú (SC), Morro de São Paulo (BA) e até no Leblon (RJ), próximo ao canal Jardim de Alah, que liga a Lagoa Rodrigo de Freitas ao mar. Sim, no metro quadrado mais caro do Brasil.
Do total de 1.361 pontos na costa brasileira que forneceram dados em 2024, apenas 416 foram considerados bons ao longo do ano (30,6%). Outros 447 foram avaliados como ruins ou muito ruins (32,8%) e 416 como regulares (30,6%). Ainda há 82 pontos não mensurados (6%). A análise da Folha revela o histórico anualizado de cada praia (861 são estudadas desde 2016; agora são 1361).
Para quem tem previsto ir à praia, é importante considerar o que aconteceu durante o ano passado, mas também o estado atual e as modificações que podem ocorrer durante a estadia. A maioria dos estados realiza medições de qualidade das águas cada 7 dias e divulga as informações em boletins ou mapas. Algumas praias possuem identificações com placas ou bandeiras: azul ou verde para praia própria e vermelha para imprópria. E, novamente, evitar o mar nas primeiras horas após chuvas e perto de saídas de rios urbanos, galerias de águas pluviais e canais de drenagem.
Segue um guia de sites para acessar boletins informativos, mapas e aplicativos que você pode conferir antes de decidir sua praia.
Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA)
A Balneabilidade no Litoral Brasileiro
Appps:
Integram as informações de todos os estados.
Rio de Janeiro (Praias do Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Búzios
Praias do Rio de Janeiro, 6 de janeiro.
São Paulo (Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Bertioga, Guarujá, Santos, Praia Grande).
Boletim Semanal – Qualidade da Praia – 2025
CETESB – Mapa de Qualidade das Praias Litorâneas
Praias de São Paulo, 6 de janeiro.
Santa Catarina (Camboriú, Bombinhas, Florianópolis).
Praias de Santa Catarina, 6 de janeiro.
Paraná
Balneabilidade | Instituto Água e Terra
App:
Bahia (Salvador, Praia do Forte, Porto Seguro, Trancoso, Arraial d’Ajuda, Ilhéus, Caraìva, Ilha de Boipeba).
App:
Pernambuco (Recife e Porto de Galinhas)
CPRH » Balneabilidade das Praias
Rio Grande do Norte (Pipa, Natal, São Miguel do Gostoso)
Boletins de Balneabilidade 2024
Ceará (Fortaleza)
Maranhão
Mapa Interativo de Balneabilidade
Paraiba (João Pessoa).
Qualidade dos mares — Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema)
Alagoas (Maceió)
Nossa Praia App
Nossa Praia – Apps on Google Play
Rio Grande do Sul
Espírito Santo
Qualidade das águas das praias de Vitória
Sergipe
Amapá, Piauí e Pará não medem a qualidade da água.